Monday, January 30, 2006

Casamento, adopção, e outros que mais....

Quando vejo reacções sobre o casamento entre casais homossexuais, em que se questiona o tipo de lar/família que pode ser construido por pessoas do mesmo sexo, questiono-me: Qual é o problema? Será o facto de serem duas pessoas do mesmo sexo, e portanto numa sociedade hipócrita e discriminadora, uma coisa horrível e anormal? E será que essas pessoas que decidem formam um lar/família têm de se conformar com a mente limitada dos outros? Será que têm de se limitar às limitações alheias? Será que não têm o mesmo direito a serem felizes junt@s?
Depois vem a questão da adopção e então aí temos dois cenários típicos: um que afirma convicto que uma criança precisa de modelos masculinos e femininos. Até concordo, mas até que ponto esses modelos são os pais e mães? Então e os avós e avôs? E tios e tias? Não existem modelos familiares onde a figura parental masculina ou feminina é representada por outro elemento da família sem ser o pai ou a mãe? As famílias em que por tragédia (viuvez) ou dissolução (divórcio) não têm modelos masculinos e femininos?
Outro são aqueles que afirmam que tipo de educação podem ter os filhos adoptados por casais homossexuais. Ora, como qualquer outro casal, quando duas pessoas decidem partilhar a adopção de uma criança, fazem-no de livre espontanea vontade e com a noção da responsabilidade que isso implica. E caso não apresentem condições socio-económicas então serão rejeitados pelo sistema de selecção das instituições governantes. Mas apenas assim é que será admissível essa rejeição. Porque a educação de uma criança não se basea na orientação sexual dos elementos parentais, e sim pelo caracter, educação, valores morais e principalmente afecto e carinho que estes podem, devem e dão às suas crianças. Quando falam que estas crianças na escola, na rua ou na sociedade em geral serão marginalizadas/discriminadas/gozada pergunto-me se não será por falta de educação das outras crianças e/ou da sociedade preconceituosa.
E pergunto-me como se sentiram as crianças nas décadas de 70 e 80 de pais divorciados, numa época em que o divórcio era quase que infame? Serão estas crianças, hoje adultos, participantes na sociedade, marginais nos dias que correm?
E depois ainda há a questão da concepção medicamente assistida. Não terá uma mulher solteira (homossexual ou não) direito a conceber por si só? Se tiver condições sócio-económicas? Não será um dos direitos mais fundamentais à condição feminina a concepção de uma nova vida?

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