Thursday, August 20, 2009

É de noite

É de noite agora. Pensava que a idade, leia-se quantidade de conhecimento acumulado, seria sempre uma ajuda na simplificação da vida. Quero dizer, pensava que opções, a serem tomadas, seriam sempre cada vez mais faceis de escolher. Sentimentos mais nitidos. Relações mais limpas. Saber melhor o que se quer. Que grande engano. A única coisa que eventualmente se sabe mais claramente é o que não se quer. E isso, digo-vos, não ajuda muito. Até pode parecer que sim, mas não. O saber acumulado faz tudo ser mais complexo. Não complicado, complexo. Por sabermos mais aos 30 do que aos 20 anos faz-nos ser mais ponderados, temos sempre mais elementos de comparação para a decisão. Aos 30 estamos invariavelmente mais formatados em modos de vida do que aos 20 anos. Já esperamos dos outros reacções conhecidas e que nos são queridas. Já somos menos inocentes.
Agora é de noite. Realmente, só interessa ser feliz para viver. Venha ela nos formatos, na complexidade,das opções e do conhecimento que se quiser.

Wednesday, August 12, 2009

Ui, há tanto tempo


Cabras, queridas cabras, ainda por aqui andam? Enfim, nestes tempos de facebooks, twiters e afins.
Fiz uma travessia e pintei um quadro para vos provar que a fiz :), o qual se chama obviamente 'Travessia'.
É, a vida é um espanto, não pára, não julga nem absolve. Isso, só o tempo. E os mesmos problemas continuam: fome, injustiça, poluição, cabras que pensam que sabem mais que os outros. Bem, vamos lá a ver se retomo a velha mania de reflectir sobre conciências, mentiras e verdades, almas e corpos. Ou se os Bauhaus cá vêm outra vez :)

Wednesday, February 18, 2009

outra vez, casamento...

Realmente não percebo qual é o problema... que é que vai mudar na vida das pessoas, em geral, se mais alguém quiser (neste caso, puder) casar? É assim tão significativo que o Manel e João casem para o Joaquim e a Maria? Que é que lhes afecta o casamento do Manel e do João?
Vão deixar de poder ter filhos? Vão deixar de estar casados? Vão deixar de poder ir ao banco pedir um crédito imobiliário para comprar a casa nova? Vão deixar de ter direito a metade dos bens de um e do outro? Vão deixar de poder ir ao quarto de hospital quando internados sem autorização de familiares directos?
É que o Manel e João ainda não podem fazer nada disto (e mais algumas coisas), e têm tanto direito como o Joaquim e a Maria. Ou deveriam ter.

É como dizer: "só os chineses (a maioria) podem comer arroz. todas as outras pessoas não podem comer arroz a não ser que virem chineses."

Eu, pessoalmente, não sou chinesa e quero comer arroz!!!

Monday, February 16, 2009

Dúvida...

Se a homossexualidade é "contra-natura", a abstenção sexual também não o é?

Será por isso que os padres não casam?

Friday, October 10, 2008

Thursday, July 31, 2008

What Type of Lesbian Are You?






What Type of Lesbian Are You? (Inspired by Curve Mag.)
created with QuizFarm.com
You scored as The Student Dyke

Your entire life is defined by two things: your intellect and your sexuality; moreover you often merge the two to lure in women.


The Student Dyke


70%

The Surprise! Dyke


45%

The Stud


40%

The Granola Dyke


40%

The Bohemian Dyke


30%

The Vaginal-Reference-Making Dyke


20%

The Pretty-Boi Dyke


20%

The Sprightly Elfin Femme


15%

The Magic Earring Ken Dyke


10%

The Femme Fatale


10%

The Hipster Dyke


10%

The Quasi-Gothic Femme


5%

The Little-Boy Dyke


5%


Thursday, July 17, 2008

Fiquei desiludida

É mesmo assim. Desilusão. Gostei muito das intervenções (pelo menos da maioria delas), mas foi uma desilusão o debate. Pouca participação, pouca assistência - quase sempre as mesmas caras, as mesmas convicções - e acima de tudo, uma influência política que a mim me deixou desconfortável. Ok que o debate foi promovido por uma facção de um partido político, mas este assunto é, no meu entender, apolítico. É uma questão de direitos humanos. Ponto. Não tem cor, credo, ou ideologia política. Ou pelo menos não deveria ter. Não é uma luta do PS, nem do PSD, nem do BE, nem tão pouco do CDS ou PCP. É de todos, para todos. Não é uma luta dos homossexuais ou heterossexuais. É uma luta dos cidadãos e cidadãs portugueses. É uma luta das pessoas, para as pessoas!
Houve várias intervensões da assistência. Destaco uma que me causou náuseas (e como já estava meia enjoada, nem tive coragem para responder à letra). Trata-se da intervensão de uma deputada do PS - da qual, peço desculpa, não me lembro do nome - em que referiu várias vezes o termo tolerância puke, e que também fez questão de dizer que mesmo dentro do seu partido, existem facções desfavoráveis à correcção do código cívil para abranger casamento às parcerias homossexuais. Ora, minha cara representante parlamentar - sim, porque os deputados, supostamente representam, ou deveriam representar, a população eleitora - tolerância, no meu entender - e repito, no meu entender - é ofensivo. Primeiro, porque dá-me a sensação de pressupostos pejorativos em relação à homossexualidade. Depois, porque dá-me a sensação de que até deveria me sentir agradecida por tal paciência moral. E por último, porque não é tolerância que quero. Quero RESPEITO. E isso sim, é algo que posso reinvidicar! Respeito por mim como pessoa. Respeito por mim como mulher. Respeito por mim como homossexual!
Quanto ao facto de haver deputados do seu partido que ainda acham que os homossexuais são diferentes, e pois então que a lei do código cívil está correcta, também existem outros deputados, noutros partidos que seguem a mesma linha de pensamento que a senhora, com toda a certeza, no que diz respeito a este assunto. Tenho a certeza disto. Podem ainda não ser a maioria no parlamento - até admito isto - mas se calhar se trabalharem todos juntos, naquilo que acham de direito - e razoável - e por uma vez excepcional, colocarem de lado as cores políticas, tenho a mesma certeza, que justiça será feita e o bom senso prevalecerá: casamento entre duas pessoas. Ponto.
Fiquei desiludida com a possibilidade do parecer do Acordão do Tribunal Constitucional vir a ser inconclusivo por tecnicalidades, ou de vir a ser desfavorável por preconceitos homofóbicos dos próprios juízes constitucionalistas que pertencem ao mesmo. É-me realmente inacreditável que hajam pessoas assim de mentalidade pequena, fechada, retrograda, egoísta e preconceituosa em cargos de poder e autoridade em Portugal. É nestas alturas, que por mais que me custe, como portuguesa e orgulhosa que sou, admitir que, até nisto, os espanhóis estejam anos de luz à nossa frente.
Triste! Tristeza! São as palavras e o sentimento que me marcam no fim deste debate. Em contra-posição com discurso de Pedro Zerolo onde evocava a Felicidade como o objectivo político, social e económico de qualquer cidadão mundial.
Fico com a dúvida, se alguma vez os portugueses serão, realmente, felizes.


Update: a pedido de muitas "famílias" aqui fica o missing link: Conferência Internacional - NADA MAIS QUE A IGUALDADE