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Friday, February 15, 2008
Tuesday, February 12, 2008
Silence - PJ Harvey
All those places
Where I recall the memories
that grip me,
and pin me down.
I go to these places
intending to think,
And think of nothing,
But anticipate.
And somehow,
expect you'll find me there,
That, by some miracle,
You'd be aware.
I'd risen this morning
Intending to break the spell
my longing not to think
I freed myself from my family
I freed myself from work
I freed myself
Freed myself
And remained alone
And in my thinking
I'd steal you away
though you never wanted me anyway
Silence
Silence
Silence
Silence
Where I recall the memories
that grip me,
and pin me down.
I go to these places
intending to think,
And think of nothing,
But anticipate.
And somehow,
expect you'll find me there,
That, by some miracle,
You'd be aware.
I'd risen this morning
Intending to break the spell
my longing not to think
I freed myself from my family
I freed myself from work
I freed myself
Freed myself
And remained alone
And in my thinking
I'd steal you away
though you never wanted me anyway
Silence
Silence
Silence
Silence
The Devil - PJ Harvey
As soon as I'm left alone
The devil wanders into my soul
And I pretend to myself
And I pretend to myself
I go out
To the old milestone
Insanely expecting
You to come there
Knowing that I wait for you there
That I wait for you there
Come!
Come!
Come here at once
Come!
Come
On a night with no moon
Because all of my being is now in pining
All of my being is now in pining
What formerly had cheered me
Now seems
Insignificant
Insignificant
The devil wanders into my soul
And I pretend to myself
And I pretend to myself
I go out
To the old milestone
Insanely expecting
You to come there
Knowing that I wait for you there
That I wait for you there
Come!
Come!
Come here at once
Come!
Come
On a night with no moon
Because all of my being is now in pining
All of my being is now in pining
What formerly had cheered me
Now seems
Insignificant
Insignificant
Friday, February 08, 2008
ELOGIO DO AMOR PURO
via a friend's mail message:
ELOGIO DO AMOR PURO
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor.
É essa beleza.
É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.
Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A"vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária.
A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém.
Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso
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